Muitos estabelecimentos voltaram a funcionar numa tentativa de se manter no mercado. Com o apoio do governo, a retomada gradativa desses locais tem como intuito girar a economia do país e diminuir os impactos por conta da paralisação.

setor gastronômico foi um dos mais impactados. Só em São Paulo, dos 23.000 bares e restaurantes da capital, 12.000 fecharam, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Com minha experiência de mais de 35 anos no mundo dos negócios e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, frequentemente sou questionado sobre esse assunto, portanto, hoje pretendo esclarecer se esse é o momento para empreender no Brasil.

Primeiramente gosto de esclarecer que sempre pode ser um momento para empreender, mas diante desse cenário que estamos vivendo, ressalto a importância de que se tenha um bom planejamento estratégico, bom estudo prévio de viabilidade do negócio, entre outros cuidados.

A retomada gradativa de muitos setores no Brasil não pode ser confundida ingenuamente como momento apropriado para se aventurar no mercado. É momento, tanto para as empresas que continuam suas operações, como para empresários que desejam empreender, que foquem em analisar o mercado, que visualizem o que dentro do seu segmento de negócio pode ser uma boa oportunidade.

Impulsividade não é o recomendado em qualquer contexto

O comportamento impulsivo só pode prejudicar o empresário. O recomendado é que reflita, ainda mais nesse momento em que o país ainda está enfrentando a pandemia, embora a sensação para muitos seja de “pós-pandemia”.

Análise e planejamento são fundamentais. Sem cuidado, empreender pode significar colocar o seu sonho em risco, talvez esperar seja o comportamento mais indicado no momento, mas tudo depende do modelo de negócio, de como o planejamento tem sido conduzido, de quais as estimativas do mercado para o produto/serviço que deseja disponibilizar.

Cada caso é singular e merece a atenção. Recentemente foi disponibilizado pelo SEBRAE um material interessante e gratuito de como é possível desenvolver comportamento empreendedor e colocá-lo em prática em tempos de coronavírus.

A reinvenção, adaptação, remodelagem e plano de contingência, são algumas das ações que um cenário de incertezas como esse, exige.

Esse é um momento em que muitas empresas estão “se afogando”, tentando encontrar alternativas para prosseguir no mercado. Em menos de um mês o Programa Nacional de Apoio às Microempresas de Pequeno Porte (Pronampe), emprestou toda a garantia de 15,9 bilhões de reais, o que possibilitou linhas de crédito a aproximadamente 218 mil empresas.

Quem está empolgado achando que é o momento de empreender, procure se orientar com órgãos especializados, como é o caso do Inova CPS (Centro Paula Souza), SEBRAE ou até mesmo busque auxílio junto a um mentor empresarial, ou seja, busque auxílio para validar a sua boa ideia.

Quais os principais cuidados que se deve ter quando o desejo é seguir em frente a fim de colocar o negócio no mercado?

Planeje a sua ideia

Estudar e gastar tempo colocando a ideia no papel é fundamental. As ideias precisam sair do campo da imaginação e adentrar na realidade, portanto é tão fundamental estudar o mercado. É preciso testar essa ideia para ver se tem viabilidade ou não.

Faça o cálculo de recursos (capital de giro)

É imprescindível para garantir que sua ideia não morra tão cedo. Vale lembrar que uma excelente ideia não resiste à falta de dinheiro (capital de giro). Uma nova filial, um novo produto ou qualquer outro objetivo de expansão no mercado exigirá aumento de capital de giro.

Esse aumento de capital não precisa ser necessariamente de recursos próprios, embora no Brasil ainda estejamos em desenvolvimento quanto aos investidores-anjo, se um empresário consegue encontrar alguém que possa investir em seu negócio, será necessário mostrar um plano de negócios muito bem detalhado que demonstre o potencial da organização.

Empreender na crise também está relacionado com a expansão do negócio existente

Quando menciono empreender, vale frisar que nem sempre isso está ligado a começar um negócio do zero. Pode estar relacionado, como escrevi há pouco, com uma nova linha de produto, com uma nova filial, com novo maquinário, etc.

E não importa qual seja o ideal de crescimento que deseja para a sua empresa e se até mesmo deseja abrir um negócio do zero, isso exigirá um bom plano de negócios. Se o empresário não sabe como fazer um bom plano, o ideal é que peça auxílio, seja de um órgão, de uma instituição especializada, de um mentor ou até mesmo consultor empresarial.

O que não se deve fazer é tomar qualquer decisão sem o mínimo de testes e certeza sobre a viabilidade do negócio ou da implementação que se deseja fazer.

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